quinta-feira, 30 de julho de 2009

Listas do PS

Foram reveladas as listas do Partido Socialista sobre as quais, a seu tempo, nos devemos pronunciar, apoiando-as ou rejeitando-as quer para a Câmara Municipal quer para a Assembleia da República

  1. O concelho e as estruturas partidárias revelaram pobreza, pois apenas conseguiram recrutar professores para cabeças de lista à Câmara Municipal. Sei que a Escola Secundária é um manancial de intelecto e de lideranças, mas, não fosse eu professor, acharia extraordinariamente perturbador por não haver outros sectores representados. Será isto reflexo de uma legislatura em que os professores foram permanentemente agredidos pela governação, dita socialista, socrática (sem ofensa ao grande Sócrates filósofo, executada por um trio de ressabiados. Por isso estão em ascensão. Os professores continuarão certamente a contribuir para que esta posição PS seja derrotada e dói ver professores a defender a camisola do dito cujo governo. O PS de Lisboa é o mesmo de Seia? Tudo indica que sim. A pobreza vem do concelho. Pobreza de cidadania. Será efeito dos eucaliptos políticos? O que cresceu para além de Eduardo Brito? O que cresceu para além de Sócrates? É esta a herança mais pesada que este PS deixa, cidadania de rastos…
  2. A lista do PS para a Câmara é adequada ao slogan mudar em segurança sinónimo da caetanista renovação na continuidade ou seja mais do mesmo. Para ser mais seguro, só funcionários públicos para não dizer camarários. Assim é mais seguro. Mais pobreza. O PS só é capaz disto?
  3. No Distrito a que pertencemos, o PS permite-se a jagunçada de impor um portuense, dita figura nacional, para primeiro lugar da lista para as Legislativas. Esta atitude centralista do PS e do seu secretário-geral para dispor, qual quintinha, do espaço cívico do interior, merece apenas uma resposta. Não, sem obrigado. A questão do voto útil é uma treta com que o PS nos quererá emprenhar. Está na altura de as pessoas do Distrito da Guarda e do interior reconhecerem a inutilidade do voto do passado e votarem de acordo com as suas convicções, seja votar no CDS seja na CDU seja no BE, quiçá noutra força. Já deu para perceber que as habituais soluções PSD e PS são apenas núm€ros da engenharia política.

 

domingo, 26 de julho de 2009

Três notas domingueiras

1- Um inocente útil secretário de Estado da Administração Pública, que nem vale a pena referir nome, divulgou resultados da avaliação de funcionários pelo SIADAP, ufanamente acenando com uns fantásticos 90.2% de avaliados, em 2008. No Ministério da Educação, são referidos como avaliados 160 174 funcionários num universo de 185 228. Devem ser maioritariamente professores, presumo. 160 174 professores avaliados?!! em 2008? Mentira compulsiva. Quem é professor sabe que estes números são uma mentira de um governo que teima em mentir. Repondo que são pelo menos 150 000 que não foram avaliados e dando de barato que os outros dados estão correctos, a taxa desce para cerca de 45%. Números merecedores de confiança é coisa que não existe nas bandas do governo. E assim enrolam o ceguinho...Isto não dói?

2- O PS, através do seu secretário-geral que é também primeiro-ministro deste país, alicia pessoas para as suas hostes de deputados, como Joana Amaral Dias, a troco de favores. A paróquia está ao dispor do PS.

3- André Figueiredo sai das listas do PS-Guarda para que Francisco Assis seja primeiro e aquele não passe pela menoridade de não ser eleito. A Guarda perde assim a oportunidade de eleger um clone socrático. Gostaria de ver o boletim de voto de Eduardo Brito depois de preenchido, nas legislativas. Será que vai votar num não-residente?
Estas coisas também fazem o nosso estômago político. Quem sai aos seus...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O que é ser um Presidente de Câmara?

Um Presidente de Câmara (PC) é essencialmente um decisor político. Por vezes, dizemos que fulano A ou B seriam uns excelentes PC´s porque são bons economistas ou bons engenheiros ou bons trolhas. Acho que não é tal condição que o tornará num bom ou mau PC. Não tem que dar opinião final sobre se o pilar deve ter uma secção de meio metro quadrado em vez de 0.8; Não tem que decidir se a estrada deve ter uma inclinação de 2% ou se o tubo da canalização de ser de 2 polegadas ou se a ETAR deve transformar 5 metros cúbicos de líquidos sujos por cada hora. Quem toma essas decisões são os técnicos que se supõem ser competentes para o efeito.

O Presidente da Câmara decide politicamente, ouvindo diversas opções e, de preferência, quem tem uma opinião diferente, sobre se o Hospital é aqui ou se é além, se o IC passa por aqui ou por além, se as Águas ficam na gestão pública ou se entrega a sua gestão a outros ou se se assume, como Cravinho, diz um inocente útil, em negócios como Liscont, Lusoponte, alterações de PDM', etc.

Daqui, a minha forma de ver o papel do PC e de valorizar a dimensão política do seu desempenho, menorizando a dimensão técnica. Tem que saber ouvir, principalmente os que têm opinião diversa.

Pode parecer um conceito defensivo para esconder a minha eventual inépcia e desconhecimento de dossiers. Talvez eu e muitos munícipes não conheçamos muita coisa por ter havido necessidade da inverdade ou da omissão da verdade. Justificar opções não tem sido, de facto, o ponto, forte do governo socialista autárquico, bem à semelhança do nacional.

Carta a Professores

Caros colegas,

Companheiras e companheiros:

 
 

Para algumas das posições mais interessantes que assumimos na Escola, em torno de questões de carreira e de educação, usei este meio de comunicação.

Começo por pedir desculpa pelo incómodo aos que não me suportam pelo facto de receberem este e-mail. Lembro  que têm duas opções para não receberem mais e-mails desta origem, ambas com evidente incómodo: ou criam uma regra no programa de correio para eliminar as minhas mensagens ou respondem a este dizendo que querem ser retirados desta lista.

Para os restantes que vão ter a paciência de ler isto pelo menos por mais umas linhas, agradeço a paciência e gostaria de dizer o seguinte:

Caso o panorama de candidaturas à Câmara Municipal de Seia não se altere, o próximo Presidente será um professor do quadro da Escola Secundária de Seia.

Terminará assim o o ciclo de Presidências de Câmara fundadas na indústria de Lanifícios e Têxteis, como humildemente reconheceu Eduardo Brito recentemente numa intervenção no CISE. Começa agora, digo eu,  um ciclo de Presidências em que as Escolas se apresentarão como fonte principal de candidatos.

Talvez esta mudança tenha a ver com a mudança da tipificação de problemas que se foram colocando às comunidades ao longo do tempo.

Face a este enquadramento, lanço um desafio à Escola, aos seus profissionais e aos seus alunos, o desafio de participarem activamente na reflexão sobre os problemas e soluções dos mesmos e as reportassem aos candidatos, a todos ou ao vosso favorito. Seria uma forma muito interessante para passarmos a barreira, a grade azul da nossa escola e influenciássemos de uma forma mais viva a comunidade onde nos integramos. A resposta a este desafio é um exercício de cidadania.

Recordo  António Barreto no discurso do 10 de Junho de 2009, enfatizando a importância do exemplo de quem o deve e pode dar.  Lembro Alegre com a necessidade de um sobressalto, alertando para a necessidade de mudanças no estilo, nas políticas e nas pessoas Os professores que, no seu exercício, procuram contribuir na formação do cidadão têm aqui um bom exemplo do exercício de cidadania. É uma boa altura para continuarmos o nosso sobressalto.

Deixo aqui os endereços para os sites / blogues dos candidatos para serem visitados e para canalizarem o vosso contributo. Faço isto dando corpo à ideia que, para mim, mais importante que escolher o próximo Presidente de Câmara é a discussão e posterior desenvolvimento das ideias geradas.

http://www.simaseia.com/ (Luís Caetano, candidato PSD)

http://www.filipecamelo.com/  (Filipe Camelo, candidate PS)

http://seiacdu2009.blogspot.com/ (António Abrantes, candidato independente da CDU com olho a piscar no BE)

(Claro que o meu é o mais pobre e o mais naif, mas vivo bem com isso. Enriquecerá, certamente…)

 
 

Um abraço



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António Abrantes

sábado, 18 de julho de 2009

Simpatias ou a silly season?

É com alguma surpresa que tenho recebido manifestações de apreço e de simpatia pela minha candidatura. Vindas de pessoas conhecidas, de variados quadrantes políticos e profissionais.
Vão desde o...eh pá! tinha decidido não votar, mas assim vale a pena, até ao..admiro a tua coragem!, passando por.. a tua candidatura dá alguma credibilidade..., concluindo pelo...Força.
Esta época do ano é designada muito critica e certeiramente por silly season da política, a época em que algum desatino é permitido. As pessoas estão a precisar de férias, cansadas, dizem coisas que por vezes estão de acordo com o coração, mas não com a razão. Coisas doidas. Como Alberto João e a irradicação constitucional do comunismo. Este vive permanentemente a sua silly season. Está sempre de férias, gozando, bravamente, o pagode.
Aos meus amigos que me têm apoiado com as suas palavras de apreço, incluindo o meu amigo trolha, digo obrigado. Acredito não ser efeito da silly season.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Credibilidade da Candidatura

Luís Caetano, Carlos Camelo e eu somos amigos de longa data. Conheci-os nos bancos da Escola Secundária onde os tive como alunos. Para além de futebóis, encontrámo-nos, mais tarde, nas lides docentes na mesma Escola onde tivemos oportunidade de trabalhar em conjunto e, penso eu, com algum sucesso. Como um amigo comum dizia, talvez seja uma pena não trabalharmos em conjunto na causa autárquica. Reconheço aqui alguma pobreza do Concelho que não consegue gerar ideias e candidaturas fora de profissionais da educação.
Os aparelhos partidários e os interesses que se movem em torno do poder autárquico podem ter alguma influência. Se os meus amigos têm a vantagem de conhecer o sistema pelo exercício, não deixo de ter a meu favor a independência não só face a aparelhos como face a interesses instalados e, por isso, não estar amarrado a compromissos, por vezes, questionáveis e duvidosos.
.A actual crise económica e financeira rapidamente se está a transformar em crise social, que se prolongará por mais tempo do que aquelas. Esta é concomitante com a mudança de ciclo de poder autárquico. Impõe-se saber mudar da política do betão e da infra-estrutura para a política das pessoas e dos seus problemas, da Cidadania e da Pessoa. Parafraseando alguém que recentemente afirmava que PSD e PS são alternâncias de poder, mas não são alternativas, julgo que a minha candidatura se assume como uma efectiva alternativa. Saiba eu apresentá-la claramente ao eleitorado nas dimensões que eu a projecto.
Para mim, mais importante do que saber quem vai ser o próximo Presidente da Câmara e de conhecer o número de assentos na Assembleia Municipal, é identificar os problemas e as respostas que vão ser dadas ao Concelho e, sobretudo, aos seus munícipes, para os problemas que agora se apresentam
Sem me esconder atrás de uma frase feita, assumo que, para mim e para a CDU, as Pessoas são o Concelho e a qualidade do Concelho mede-se pela qualidade de vida das Pessoas.

António Abrantes, candidato independente da CDU à Câmara Municipal de Seia

As razões de uma candidatura

  1. Com alguns amigos reflecti, recentemente, na possibilidade de se encontrar uma via independente de concorrer às eleições autárquicas para a Câmara e Assembleia Municipal, em Seia. Perante as dificuldades burocráticas, colocámos a hipótese de usar uma estrutura partidária, para lançar a candidatura, mas a ideia foi abandonada.
  2. De um modo inesperado, surge o convite pessoal da CDU para encabeçar a lista para a Câmara Municipal. Uma primeira resposta negativa foi dada e comentada entre as pessoas com quem habitualmente converso sobre a vida política e profissional. Depois de uma segunda investida por parte da CDU e malgrado algum desconforto por razões de saúde quer pessoais quer de familiares muito próximos, decidi aceitar o desafio.
  3. Junto dos responsáveis da CDU, sempre vinquei a minha independência face a partidos políticos, embora sejam conhecidas as minhas posições, de décadas, em prol das ideias sociais, comummente consideradas de esquerda. Referi mesmo a minha maior proximidade a posições assumidas pelo BE, em particular, nas questões que atravessam a profissão e carreira docente ou mesmo do movimento de cidadãos em torno das posições de Manuel Alegre. Não escondi, todavia, alguma simpatia e reconhecimento pelo valor de alguns deputados da AR na área política da CDU.
  4. Considero respeitável representar uma força como a CDU, com a ambição de conseguir capitalizar a expressão eleitoral de outras forças de esquerda como o BE, cidadãos que se revêem nas posições ditas alegristas e de outras pessoas que, sendo eleitores de outras forças democráticas não se revêem no aparelho partidário e opções que lhes são apresentados, nas autárquicas 2009. Em suma, a minha candidatura é uma humilde resposta aos anseios daqueles que colocam as preocupações sociais e culturais das pessoas e da comunidade bem acima das guerrinhas de partidos e/ou de interesses instalados e que não se revêem nas posições do poder habituais.
  5. Com uma carreira profissional de 36 anos em que trabalhei na educação, percorrendo duas gerações de alunos e preparado mentalmente para a possibilidade de uma 3ª geração por motivos da alteração às normas de aposentação decididas por este governo PS ( o fim da carreira terminaria exactamente em 2009 e foi adiada para 2016, só mais 7 anos), julgo não incomodar muito os eleitores por eu vestir a camisola da CDU, ainda que na qualidade de independente. Dei exemplos mais que suficientes para mostrar que sou uma pessoa tão normal como qualquer outra seja do CDS-PP seja do PS. Sabemos que preconceito enraíza mesmo, mas acredito que esse pormenor, felizmente, já não é importante para as escolhas da grande maioria das pessoas.
  6. Por vezes, inflamei-me contra certas práticas políticas adoptadas pelos políticos locais, regionais, nacionais e mundiais. Fi-lo na posição cómoda de quem está fora dos mecanismos de poder. Insurgi-me contra certos políticos que usam ou usaram a política para proveito das suas próprias barrigas assim como apoiei alguns Políticos pela forma cheia de sabedoria e desinteressada com que usaram o exercício da política para bem da res publica, para o bem da coisa pública. Se este aplauso sempre foi fácil, o apontar o dedo ao parasita sempre foi feito com a timidez de sentir que estar por fora é demasiado fácil.
  7. Com a minha participação neste combate autárquico, pretendo dar o exemplo e o convite a muitas mulheres e homens, jovens e menos jovens que estão fora da política para se empenharem numa participação mais activa, para lá do voto ou para além da posição de nem sequer votar, por os políticos não merecerem esse incómodo. Esperar que a política actual mude sem a participação e empenho de quem está de fora, é como esperar por Godot ou esperar sentado. Como Manuel Alegre, defendo a discussão política em torno das questões centrais em torno do Homem. Quero acreditar que tal se pode fazer mais eficazmente dentro da política do que fora dela.
  8. Este ano faleceu o meu pai. Na comunidade onde ele viveu, foi sempre um Homem dedicado à causa pública, por décadas. Penso que dele é guardada uma memória de cidadão impoluto e de povo. A minha participação é também a minha homenagem.
António Abrantes