sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Estado de Justiça e Estado de Direito

Os dominadores do panorama político da democracia portuguesa lançam a todo o momento o pregão da grande conquista que é o Estado de Direito. Portugal é um Estado de Direito. Certo. Errado. Certo por ser verdade que o exercício do direito é que decide se alguém é inocente ou culpado. Errado por o direito ser um exercício que não garante que a justiça seja feita. Era preferível ouvirmos dizer que Portugal é um Estado de Justiça e que isso fosse minimamente credível.
Não me vou meter no direito por não perceber nada disso. Ás tantas é mesmo isso, o direito é para não percebermos nada. Fica só ao alcance de alguns iniciáticos que juntamente com os políticos, com os construtores, os banqueiros constroem uma Matrix em que nós nunca passaremos de mexilhões a esmagar a bel-prazer. Imaginemos um caldo, tipo face oculta ou  furacão, com sucateiros, advogados, ex-políticos, políticos, banqueiros, juristas, dirigentes desportivos, outra vez advogados, mais uns políticos futuros ex-políticos e veja-se como queimam este país, como o esventram e a justiça manipulada pelo direito nunca descobre nada. A justiça alinhará com outras coisas sobre as quais dizemos que é aquela coisa que com a qual e sem a qua,l ficamos tal e qual. Porca miséria.
Ou viveremos nesta inveja geneticamente portuguesa que aplicada a estes casos nos leva a ter inveja dos corruptores  e dos corrompidos, pois também gostaríamos dos milhares de euros ou dos carros de alta cilindrada.
À mulher de César não basta ser séria, tem que parecê-lo. A Ética é uma treta ou apenas uma qualidade dos pobres de espírito. Para estes o reino dos céus, para os outros o reino das terras. Dá muito jeito pensar que enquanto o Dr. Vara não for considerado culpado é um inocente. O mesmo para os outros varas (/o que é uma vara?)
Serão considerados asseados, lindos e bons até ao dia do nunca em que venham a ser considerados feios, porcos e maus. Se o direito quisesse a justiça seria uma coisa, se o direito for um exercício de malabarismos dilatórios de asfixia da verdade será outra. Uma de 5 letras.Ou outra que na língua de Shakespeare é de 4.
E lá vamos cantando e rindo até ao próximo acto eleitoral, engordando os porcos e os polvos. Justiça é justiça, política é política é outra treta. A política era na Grécia o cuidar da cidade e a justiça faz pa rte integrante.

Isto agora é que vai ser

Citando o mote dos Deolinda, agora sim, agora é que vai ser. Se não vejamos:
  1. Seia tem um novo Presidente de Câmara, desvalorizando o facto de haver uma equipa mais do mesmo.
  2. Paulo Campos continua no governo, não no lugar que a autarcracia do centro do nenhures pretendia, mas, que diabo, secretário de estado não é assim uma coisa tão má.
  3. Cereja em cima do bolo, a nossa querida Ministra do Ambiente, Dulce Álvaro Pássaro, nascida em O. Hospital, mas com percurso escolar passando por Seia. (desejo-lhe as maiores felicidades no desempenho do cargo, não seja ela uma colega de universidade).
Há aqui uma conjuntura extremamente favorável para o interior e para os concelhos desta região. Espero que eles tenham Seia mais presente que outros grandes figurões ou figuras.
Vamos medir quem fará mais por Seia, se a dupla oliveirense ou se a dupla senense Pina Moura e Almeida Santos. Aposto na primeira. Desejável seria que as duas duplas passassem a uma quádrupla a que se associasse mais uma centena.
Cuidado, não se confunda lobby com luvas e corrupção. Embora gostasse de ver um corrupto de Seia, espero que não surja nesta ligação.

Isto de ser ex é que está a dar

Claramente, o governo que Sócrates acaba de formar é constituído por figuras de 4ª ou 5ª linha. Já vamos aí. Porquê? Por várias ordens de razão.
Uns recusam porque é melhor ser ex-ministro que ser ministro.
Outros aceitam por querem ser agora, para depois serem ex.
Outros recusam porque é melhor usar ex's ou úteis inocentes do que ter a chatice de estar nas luzes. Uns são bons como bonecos outros como bonecreiros. Chacun à sa place.
O verdadeiro poder está nas traseiras do governo. Dediquem-se a fazer a lista das pessoas que passaram pelos governos e continuam a ditar bitaites sobre tudo, a economia que não gera riqueza para o país, a justiça que é um cancro nacional, a educação que é palco de guerras estatísticas, de certificação que não de competência, o desporto que faz esquecer toda a nossa miséria quando o Benfas goleia,dos estádios que se querem implodir, das estradas e pontes que se constroem,  dos têgêvês para ligar Vila Cova à Lapa dos Dinheiro, gestão de águas, gestão de petróleos, gestão de bancos, gestão de pêtês, gestão dos mares de sargaços, gestão da gestão.
É farta vilanagem. Ex. Eis. Depois de. Isto é que é bom!
E não se pode exterminá-lo...

Coisas que não entendo

Há e haverá muitas coisas que escapam à compreensão. Contudo. há situações que a incompreensão cai sobre as razões de certas práticas não se implantarem.
Portugal gasta uma pipa de massa, mais de duas dezenas de milhares de milhão de euros, qualquer coisa como 21.000.000.000 de euros em subsídios de desemprego. de reinserção para isto e para aquilo, num ano, sem qualquer retorno. Este dinheiro sai mesmo, não são propriamente garantias bancárias. É dinheiro vivo.
Há montanhas de trabalho a fazer, por exemplo, na área do ambiente e na área social. Trabalho estruturante e duradouro.
Quantos hectares de florestas, quantos quilómetros de rios, quantos quilómetros de caminhos, quantas toneladas de plásticos e outros lixos, quantos milhares de idosos, quantos milhares de tantas coisas há para cuidar?
Para quando um caderno de trabalhos na área ambiental por região? Para que servem os parques nacionais, para além de se servirem a si próprios? Não terão responsabilidades nesta nova economia? Regular, só regular, não será pouco? Que quantidade de trabalhadores permanentes poderão ser afectados à economia do ambiente?
Regiões como Seia estarão à espera que o turismo lhe seja servido em bandeja de acessibilidades? Se sim, não creio que seja a posição correcta. O ambiente tem condições para ser uma área económica e social de excelência com efeitos multiplicadores no emprego e no turismo.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Cine'eco e corrupção

Não, não é a sugerir que exista alguma ligação entre o festival de cinema de Seia e a corrupção. Não, longe de mim qualquer suspeita de tal conexão.
A ligação que quero fazer é de natureza jocosa. Dizem-nos que o festival é um dos maiores veículos do nome, ou marca como agora se diz, de SEIA. Fazendo uma pesquisa pelo Google as referências são, em geral, de âmbito regional. Não sendo um grande consumidor de televisão, vejo contudo muitos programas de informação e do festival não dei conta.
Então onde entra a corrupção? Bom, acho que a Seia falta um caso de corrupção. Era importante arranjar um corrupto ou uma corrupta que representasse Seia neste mundo global da corrupção. Terra que não tenha corrupto é fraca. Daqui faço um pedido à Pêjota que arranje uma bom caso cá por estas bandas. Há pessoas e locais apanhados mais que uma vez na roda da corrupção e outras nada ou nunca. Vara para aqui a bisar, Loureiro, Dias, já perdi o conto, Preto, o António, é um ver se ta avias, etc, etc, nem o nosso primeiro escapou à sombra da roda.
Não é justo que Seia não tenha o seu corrupto. Era capaz de vender mais Seia do que o festival. Neste Verão valeram-nos as camas voadores para se falar de Seia. Mas camas francamente não dão notoriedade duradoura, já não se fala delas.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

José Saramago e um novo olhar


Quem ganha um prémio Nobel tem que ser uma pessoa inteligente.
Ponto 1. Saramago é um Nobel, logo é inteligente.
Quem lê a letra da Bíblia não pode deixar de levantar questões que podem parecer absurdas. Por exemplo, a velha questão da genealogia da humanidade. Na letra, repito, Adão é o marido de Eva.

sábado, 17 de outubro de 2009

Segundo rescaldo


Duas questões estavam em disputa neste acto eleitoral. Uma era sobre quem seria o próximo Presidente da Câmara e a outra era sobre a importância de haver ou não haver maioria absoluta.
O eleitorado decidiu em linha com o que as máquinas partidárias mais poderosas lhe apresentaram.
O PS apresentou um grande poderio para justificar que seria muito importante para o concelho continuar as políticas que o executivo de Eduardo Brito vinha a defender, não trazendo absolutamente nada de novo. A continuidade. Nada melhor que o delfim Filipe Camelo para assegurar esse desígnio.
O PSD, também investindo fortemente, quis acreditar que era possível ganhar a Câmara. Contudo deu por ganho aquilo que era suposto ser adquirido. Algumas freguesias consideradas do partido foram esquecidas ou não trabalhadas e deitou muito a perder. Esqueceu-se que quando entre duas grandes forças existe uma diferença de mil votos, basta ganhar quinhentos mais um para passar para a frente.
Parece que o  eleitorado não se decidiu sobre programas eleitorais, mas sim sobre vontades do exercício do poder. Uns querendo mantê-lo, outros querendo conquistá-lo. Legítimo.
A CDU tenta entrar na segunda questão, a importância de não haver maiorias absolutas. Argumentou com ideias e uma máquina à medida da sua implantação. Acreditou que as suas propostas poderiam mobilizar algumas posições e vozes esquecidas e que não se reviam em qualquer uma das grandes forças.
Enfim, o eleitorado deu primazia à questão Presidente e quase não se importou com propostas.
Quanto à aritmética eleitoral, certamente outros se preocuparão com ela. O poder e o candidato ao poder têm mais preocupações com o deve e haver e certamente terão isso em conta durante o próximo quadriénio.
A CDU tem um eleitorado estável e teve um resultado muito satisfatório atendendo que apenas concorreu numa dezena de freguesias. Face a esta realidade e à forte bipolarização a CDU tem razões para não estar descontente, Realce-se a importância que a CDU pode vir a ter em várias freguesias em que é a charneira entre o PS e PSD, como por exemplo, na freguesia da sede do Concelho.
Estas eleições tiveram um alto nível de civismo e alguma discussão. Recordem-se dois debates, um na Antena 1 e outro num CISE de casa cheia e alguma projecção na imprensa escrita regional. Destaque-se a imparcialidade de alguns órgãos e a parcialidade clara de outros. Naturalmente.
Vai iniciar-se um período de governação que promete ser diferente das anteriores. Ainda bem. A possibilidade de nas próximas eleições haver troca na relação de forças no executivo traz novos desafios. Se por um lado vamos ter um PS apostado num exercício dinâmico para ser reconhecido daqui a 4 anos, não poderemos deixar de ter um PSD acutilante e responsável para consolidar a sua ambição de ser próximo poder. A CDU, apesar de tudo, ganha alguma dimensão autárquica no concelho que bem aproveitada poderá trazer frutos nas próximas eleições e tentar de uma forma sustentada acreditar que o 3-3-1 num executivo próximo  é possível.
Mas, mais importante que o poder propriamente dito será a certeza de as pessoas do concelho se sentirem verdadeiramente representadas no poder autárquico de uma forma realista e sustentada.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Primeiro rescaldo

Como escrevi recentemente e parafraseando um conhecido bloguista, ser do clube que sou faz-me lutar pela vitória e a derrota não me mete medo.
Quem melhor me conhece, sabe que não viro a cara à luta, não me importando muito se vou ganhar ou perder.
Na linguagem aritmética, nesta noite sou perdedor, consegui uns míseros 5,66%. Muito fraco. Nota negativa, sem dúvida.
Calma aí que eu já me transformo num vencedor! À político...
O que é se considera vencer nesta luta?
Se fosse candidato do PS, mesmo com o meu pacato programa, corria o risco de ganhar. Se vestisse a camisola do PSD, pelo menos o segundo lugar não me escaparia.
Corri com a camisola da CDU, um pequeno partido, de poucos eleitores, mas com gente com uma alma grande, grande mesmo.
Apresentámos ideias, conseguimos influenciar a campanha contribuindo com pontos de vista novos sobre problemas velhos. Dignificámos a discussão e o debate. Esta foi a nossa vitória. E deixem-me tomar alguma presunção. Acredito que a aceitação das pessoas foi bem superior ao que os números finais traduzem. A bipolarização trucidou-nos e as pessoas,legitimamente, colocaram a questão da escolha do Presidente bem acima da discussão de projectos. Uns com a vontade enorme de ganhar, outros com a vontade imensa de manter a posição. Aqui é que acho a candidatura CDU teve a sua vitória. Num campo de luta tão encarniçada entre dois gigantes, a CDU sobreviveu, mostrou argumentos. E orgulhosamente, termino dizendo que não é com este poderio de números que me fazem pensar Seia de modo diferente daquele que defendi durante a campanha. Gosto de números, mas gosto mais de ideias.
Obrigado aos 918 resistentes.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Para a despedida desta campanha

Preparo-me para me integrar na última acção de campanha, na última manifestação, numa demonstração de poderio. Uma caravana que procurará impressionar o eleitor para a quantidade de carros, num atentado contra o ambiente, carros e mais carros, barulho e mais barulho. Depois, bom depois, seguem-se umas febras no Centro de Trabalho de um dos partidos da coligação CDU. Tenho convite do meu amigo Luís Caetano, em termos pessoais e amigos, que outra coisa não seria de esperar, para beber um copo com ele, depois. Talvez o faça, se o tempo e as circunstâncias o proporcionarem. Se o fizer, que não se faça qualquer tipo de leitura que não seja o encontro de dois amigos. Eu, pessoalmente, não tenho dúvidas que Luís Caetano, Filipe Camelo e eu temos a mesma grande vontade de bem servir. Certamente, escolhemos caminhos diferentes. Se assim não fosse, não tinha sentido estarmos em campos diferentes. Depois, bom depois...
Comecei o meu último dia de campanha na companhia dos meus alunos e com o desejo formulado por alguns deles de boa sorte, o que sensibiliza. Estes alunos não votam. Senti, solitariamente, como o dia 11 pode ser importante para o desenho do futuro destes jovens e só posso desejar que os autarcas que venham a ser eleitos tenham sempre presente que vão ser responsáveis pela herança que vamos deixar.
Disse eu a alguns destes alunos que esperava vê-los, dentro de alguns anos, a baterem-se por estes lugares que agora estão em disputa, num sinal claro de que o futuro está na criatividade irreverente e responsável destas raparigas e destes rapazes.
Com a minha candidatura, espero escancarar as portas da participação efectiva, real. Actualmente há essa possibilidade, mas é só isso, possibilidade. Só quem não quer ver é que pode dizer que a participação é vivida.
Outros colegas me desejaram boa sorte. Se me pedissem agora para dizer o que é isso da boa sorte também teria dificuldades em fazê-lo.
Independemente do resultado, acho que já foi bastante importante a minha participação. Acho que consegui passar a mensagem que ainda existe alguém que sonha com outra forma de fazer política, para além do betão ou do que se diz modernamente da política do hardware, Está na altura de passarmos a políticas, quiçá mais modestas, mas que entram dentro do que é mais intenso, no homem e na sua relação com os mundos, uma política de software em que pequenos programas podem fazer grandes coisas, o efeito borboleta.
Até breve.

As palavras dos outros

Uma certa forma de falar é usar a palavra dos outros.
Deixo aqui duas ligações a artigos de reflexão que certemente muitos de nós subscreverão, se não na íntegra, pelo menos em grande parte. Um é de Helena Garrido sobre rotundas e escolas e a aproximação eleito eleitor e outro de Leonel Moura sobre a ambição ou a falta dela ou o centro da ambição para a maioria das autarquias.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Campanha de Seia na SIC

 Vá até aqui para ver como a CDU é diferente

A CDU em Santiago

( O meu amigo Joel não me perdoou a não referência a Santiago numa das recentes entradas neste blogue e com toda a razão)
Verdade, no último domingo, a nossa jornada terminou em Santiago onde vimos uma jovem equipa que se candidata a uma Assembleia de Freguesia. Foi evidente a forma carinhosa como as pessoas mais velhas olham com esperança para estes jovens, mesclados com outros menos jovens e conhecedores de outras realidades pela sua condição de ex-emigrante. Há por ali muita alegria e paira no ar uma ideia de missão pelo bem comum daquela freguesia, espraiada pelas Folgosas e Maceira e, claro, pela sede Santiago. Nota-se um dinamismo que ultrapassa o fervor eleitoral, alongando-se no tempo com uma participação clara dos jovens. Um exemplo.
Depois, bom, depois, fizémos um pequeno ensaio para a caravana que pretendemos levar a efeito, na próxima sexta-feira, para fecho da campanha eleitoral destas Autárquicas 2009.

La Palisse e as autárquicas em Seia

 (La Palisse, militar francês, nascido no século XV, notabilizou-se por verdades como esta: se não estivesse morto, estaria vivo)
Durante a campanha ouvimos muita gente dizendo que é importante acabar com as maiorias absolutas na nossa Câmara. Só existe uma maneira de tal se concretizar. É considerar que a questão se resolve tendo, pelo menos, três forças em contenda. Elas aí estão no terreno!
Durante o dia de hoje alguém falava de uma sondagem que apontava para uma aproximação entre o PS e o PSD. Sabemos que a verdade apenas será conhecida domingo à noite. É contudo uma verdade de La Palisse dizer que só a candidatura da CDU pode impedir a formação de maioria absoluta na Câmara Municipal.

Fundos para a campanha CDU - Autárquicas

A CDU está na rua com cara lavada e com uma campanha de custos à dimensão do ditado, quem não tem dinheiro não tem vícios.
Permanentemente ofuscados pelo fausto das campanhas rivais sobre o qual é legítima a pergunta, de onde vem tanta massa?, resta-nos continuar a lutar com as nossa ferramentas.
O orçamento da nossa campanha situa-se nuns míseros e honestos 3 mil euros, gastos em mupis caseiros e uns folhetos de campanha que, por muito baratos que sejam, nunca são de borla, nem o devem ser.
Aos nossos apoiantes e às vozes que se unem à nossa pedimos apoio. Para além da voz, a bolsa. Dez, vinte, o que quiserem, caiem na nossa conta para pagar estas despesas.
A forma de colaborar nesta campanha também passa por aqui. Claro que a candidatura da CDU precisa de votos para chegar à autarquia, mas também precisa de dinheiro. Com alguma urgência precisamos de 1800 euros. O NIB está aqui na margem deste blogue. Numa caixa multibanco ou em banco online é só uma transferência, inserir nib e valor e pronto, participou. Não custa nada. Mesmo que seja pouco. Sabemops ser do coração. (Uma grande empresa depositou há dias na minha conta 86 cêntimos de uma devolução). Isto  é um exemplo que mostra que é possível depositar mesmo que seja uma quantia desta dimensão.
E, como dizia  Zeca Afonso, traz outro amigo também.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ressonâncias de um debate

Realizou-se, na passada sexta-feira, um debate no CISE sobre alguns assuntos que devem ser centrais nas opções eleitorais. O modelo seguido teve inegáveis qualidades e evidentes defeitos. A escolha dos temas foi a que foi. Sobre este assunto, direi apenas duas coisas: 1) aplaudo o ambiente e organização criados e 2) aceitei os moldes e os temas a tratar. Sugeri ao Dr. Alberto Reis umas nuances que abrissem a participação do público, em determinada fase do debate, mas não passou disso mesmo, sugestões.

Quanto ao figurino, permitiu que cada candidato sobre aqueles temas usasse 3 minutos, o que se veio a revelar curto. Como se se pretendesse meter o Largo da Misericórdia na rua de acesso do Mercado àquele largo.

Outros temas ficaram na gaveta. Um deles é o da dívida e a forma como ela condicionará, ou não, o próximo exercício. Dizer que a dívida é de 48 milhões mais ou menos 5 milhões, é vago. Dizer-se que cada habitante deve 1770 euros, merece a resposta que se ouve, eu não devo nada. Ao poder que se quer transparente compete dizer que a dívida é de x, os encargos anuais são de y. Estes deixam que das receitas sobram z que deduzidos os encargos fixos deixam w. Conclusão a tirar: a dívida é irrelevante, a dívida permite algum desafogo, a dívida é asfixiante.

Embora tenha um pressentimento de asfixia, a dívida tem que ser uma das variáveis do próximo mandato.

Várias formas de abordagem: 1) Não ligar e quem vier daqui a uns anos que trate do assunto, 2) ir ligando durante três anos e desligar nas proximidades do acto eleitoral e 3) Ligar desde a primeira hora, estabelecendo uma equação que guie e conduza a atitude futura.

Foi dito que não podemos virar esta página eleitoral e partir para uma vida nova, esquecendo o passado. Triste povo sem passado. É importante saber e anunciar as razões essenciais que originaram esta dívida. Não basta dizer que há obras. Eu posso ir para a rua no meu fantástico Mercedes ou ter uma sebe, enorme, a encobrir a minha supermansão, adquiridos quando eu não me podia  responsabilizar pelos encargos. Eu não posso dizer apenas que tenho dívidas, mas tenho obra, está aqui. Os outros podem dizer, tem também muita irresponsabilidade. É uma imagem simples, mas é aquela que me ocorre.

Era importante que o Partido Socialista de Seia capaz de mobilizar para a campanha eleitoral bastantes quadros responsáveis das Autarquias e , em especial da Câmara, os conseguisse mobilizar para uma demonstração de transparência. Abram o CISE e o seu anfiteatro, e apresentem-se dizendo, Aqui está a imagem da dívida, pensamos que a sua origem é esta, e as suas eventuais implicações para o futuro são aquelas que passamos a enunciar. A verdade não iliba, mas configura uma atitude. Se quiserem, a Escola Secundária organiza...

Imagens curtas de uma campanha

Por Loriga, fomos sabendo da razão de o nosso amado Serviço Nacional de Saúde ser considerado por uma organização sueca como um dos piores de um conjunto de uma trintena de países. Pergunta essencial: Como se chega a um médico de família?
Pela Cabeça, vimos o que é a falta de competência das empresas às quais se adjudicam obras. Os prazos e ritmos da exwecução e o pesadelo das populações são terceiro-mundistas. De quem é a culpa?
Por S. Romão, levanta-se a questão de toda a verdade. Dar conta de estudos sobre estudos para requalificações que apenas se vão requalificando nos papéis. A promiscuidade associações -poder. Apoios não são necessariamente promíscuos.
Por Torroselo, como é que o partido do poder autárquico apoia um invertebrado politico  a tornar-se assim uma coisa parecida à ética isaltina ou valentina. Salve-se a escala. O que interessa é ganhar!
Por Sandomil. como podem as pessoas e o rio olhar apenas para aquele fantástico recanto, sem saber o que se passa a montante?
Pela Corgas, vimos uma estrada escavacada, embora em obras. Estaremos para ver dentro de quantos meses estarão concluídas.
No retorno, um exemplo do que são as acessibililidades internas. Sandomil - Torrozelo, algum betuminoso de restos doutros avenidas lembram que muito recentemente ali estava um buraco. Salvé, betuminoso eleitoral. Só isso, Claro, para Sandomil basta que a força do emprego municipalizado continue a funcionar. Os votos estão garantidos. A Catraia de São Romão, a catraia, anos e anos esquecida, está a trasformar-se numa avenida, mas muito cuidado com aquelas bermas.Senhor automobilista, muito cuidado. Com aquela configuração de levada de água, o seu carro não ficará sem uns fortes arranhões, caso o deixe descair.
Por Vodra entrámos, passando pelo nóvel tapete até São Martinho, estrada dos mil e um palavrões, mas que agora parece coisa fina, oi, mas, pois é, o dunheiro não deu para chegar ao fim da linha.
De Santa Marinha para Pinhanços, mudámos de concelho, sim, aquilo deve ser de outro concelho, Tão vergonhosa está aquela ligação que não pode ser de Seia. Nós agora só temos coisas boas. Deve ter-se autonomizado, para não receber nada ou então ali não há eleições.
Santa Comba, uma boa casa, onde bati com o meu carro num anel de betão cincundante de uma árvore. De dentro do carro, vê-se a árvore, não se vê o anel. Bom espaço e boa animação.
Uma coisa ressalta destas passagens. Tirando um escasso número de localidades, os nossos lugares de paisagens naturais, algumas delas com vasto património,  deixam escapar o cheiro de uma morte anunciada. O envelhecimento é uma inevitabilidade, pelo menos nas pessoas, mas e os lugares, não podemos fazer nada? A nossa alma beirã também passa por aqui.
Por uns lados, encontrámos gente aberta e conversadora, sem ligarem se são do partido A ou X, noutros gente reservada como que diz que nada temos a ver com o que eles pensam, ou o meu voto já tem dono.
Vi máquinas partidárias, cheias de gentes de outras paragens, numa demonstração da força do sermos muitos, que não da argumentação. Não digo que não tenham argumentos, mas esta campanha acabou. Chegou a altura da contagem de espingardas.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Debate amanhã no CISE

Amanhã, três correntes de opinião confrontar-se-ão no ambiente fantástico que é o CISE. Eu estarei lá, obviamente.
Espero que a casa esteja cheia, numa demonstração de participação cívica, desclubizada, reflectindo sobre as propostas e análises que formos capazes de apresentar.
Espero que os três candidatos estejam inspirados e, com clareza, apresentem as suas propostas, numa demonstração de cidadania que deixe todos, por fim, orgulhosos,  mulheres e homens deste concelho.
Será bom prenúncio de uma nova era política nos destinos do concelho, alicerçada na responsabilidade dos governantes e na participação positiva de todos os munícipes.
Amanhã, CISE, 21:30.
Até lá!

Apelo à estabilidade governativa

(Esta entrada não tem a ver com as autárquicas. mas diz respeito a que pretende uma estabilidade activa na governação. Um grupo de cidadãos está a subscrever este compromisso à esquerda)



O resultado das eleições legislativas permite afirmar com clareza que os portugueses recusaram a hegemonia neo-liberal, dando o seu voto maioritariamente à esquerda. É por isso legítimo esperar que o futuro governo do país acolha novas políticas solidárias, relançando a prosperidade e a esperança no futuro.·
A 27 de Setembro os eleitores revelaram uma inquestionável vontade de entendimento entre os partidos de esquerda. As votações alcançadas pelo Partido Socialista, pelo Bloco de Esquerda e pela Coligação Democrática Unitária são o resultado das fortes movimentações sociais ocorridas na legislatura passada, tendo contribuído decisivamente para gerar uma nova solução pluripartidária susceptível de encontrar respostas aos factores de crise e desigualdade social.·
Os entendimentos entre as diversas forças de esquerda para uma solução de governo (coligação ou acordo de incidência parlamentar) são muito comuns na Europa Ocidental (por exemplo, no Chipre, em Espanha, em França, na Itália, na Suécia, na Dinamarca, na Noruega, na Finlândia, etc...).

Em Portugal, pelo contrário, há mais de 30 anos que as esquerdas continuam incapazes de se entender para gerarem soluções de governo. Contudo, vários estudos têm revelado que este elemento resulta de um crescente desfasamento entre os eleitores destes partidos (que desejam um entendimento) e os seus eleitos (que persistem na incomunicabilidade).·
Os resultados de 27 de Setembro exigem que as esquerdas se encontrem e sejam capazes de explicitar o contributo que cada um destes partidos está disposto a dar para se encontrar uma solução estável de governo. Pelo menos essa tentativa de entendimento é devida ao povo português pela forma como demonstrou a sua vontade eleitoral.·
Os subscritores do presente Apelo agem no sentido de que seja traduzido num programa de governo as lutas e anseios de amplas camadas da população que justificam celeridade na construção de respostas urgentes e adequadas para os problemas do seu quotidiano. Para servir este objectivo, deverão ser estudadas as bases para um Compromisso à Esquerda que reforce as conquistas democráticas, vinculando a acção governativa a um elenco programático.


 

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