quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Programa do Governo vs programa eleitoral

Acaba de se criar um precedente importante em termos de economia de tempo no Parlamento: é desnecessário apresentar o programa de governo quando este resulte de um acto eleitoral. Quem é indicado para formar governo diz que o programa de governo é o programa eleitoral e o assunto está encerrado. Para efeitos de contagem para efeitos de aprovação, considerar-se-á que o programa de governo é aprovado com os votos a favor do partido do governo e com a abstenção dos partidos que não sustentam o governo. Siga a roda.
Foi isto que o PS, na sua douta e acutilante prática nos ensinou. Foi este o programa aprovado por quem votou, logo é este o programa que deverá ser apresentado. Falta ver as letras miúdas deste contrato, pois elas também farão parte do programa de governo. Já imaginaram o que seria se o programa do partido socialista, neste caso, dissesse, sei lá, os deputados e seus amigos vão ter direito a uma reforma vitalícia igual ao vencimento do Presidente da República, logo no final do 1º mês de mandato. Estava no programa eleitoral, em letra miudinha e zás, este é o programa.
Isto bem exploradinho e aplicado em tempos futuros, leva toda a gente à leitura obrigatória de todos os programas. Neste caso, tem sentido aparecer um partido que o seu programa diga que não faz nada para o pessoal de bom  senso votar nele. Talvez seja mais eficaz.

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