sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Estado de Justiça e Estado de Direito

Os dominadores do panorama político da democracia portuguesa lançam a todo o momento o pregão da grande conquista que é o Estado de Direito. Portugal é um Estado de Direito. Certo. Errado. Certo por ser verdade que o exercício do direito é que decide se alguém é inocente ou culpado. Errado por o direito ser um exercício que não garante que a justiça seja feita. Era preferível ouvirmos dizer que Portugal é um Estado de Justiça e que isso fosse minimamente credível.
Não me vou meter no direito por não perceber nada disso. Ás tantas é mesmo isso, o direito é para não percebermos nada. Fica só ao alcance de alguns iniciáticos que juntamente com os políticos, com os construtores, os banqueiros constroem uma Matrix em que nós nunca passaremos de mexilhões a esmagar a bel-prazer. Imaginemos um caldo, tipo face oculta ou  furacão, com sucateiros, advogados, ex-políticos, políticos, banqueiros, juristas, dirigentes desportivos, outra vez advogados, mais uns políticos futuros ex-políticos e veja-se como queimam este país, como o esventram e a justiça manipulada pelo direito nunca descobre nada. A justiça alinhará com outras coisas sobre as quais dizemos que é aquela coisa que com a qual e sem a qua,l ficamos tal e qual. Porca miséria.
Ou viveremos nesta inveja geneticamente portuguesa que aplicada a estes casos nos leva a ter inveja dos corruptores  e dos corrompidos, pois também gostaríamos dos milhares de euros ou dos carros de alta cilindrada.
À mulher de César não basta ser séria, tem que parecê-lo. A Ética é uma treta ou apenas uma qualidade dos pobres de espírito. Para estes o reino dos céus, para os outros o reino das terras. Dá muito jeito pensar que enquanto o Dr. Vara não for considerado culpado é um inocente. O mesmo para os outros varas (/o que é uma vara?)
Serão considerados asseados, lindos e bons até ao dia do nunca em que venham a ser considerados feios, porcos e maus. Se o direito quisesse a justiça seria uma coisa, se o direito for um exercício de malabarismos dilatórios de asfixia da verdade será outra. Uma de 5 letras.Ou outra que na língua de Shakespeare é de 4.
E lá vamos cantando e rindo até ao próximo acto eleitoral, engordando os porcos e os polvos. Justiça é justiça, política é política é outra treta. A política era na Grécia o cuidar da cidade e a justiça faz pa rte integrante.

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