
Estamos em período eleitoral, tempo de esbanjamentos e tempo de promessas.
Nestas coisas faço o papel de burro por não entender. Façam-me um esquema, a cores se ajudar.
Pode prometer-se este mundo e o outro, sem haver preocupações sobre se há dinheiro ou não?
Da forma como entendendo que é gerida uma casa de família, não concebo como posso pensar só na despesa e não pensar na receita. Não posso, não devo gastar o que não tenho ou o que gere compromissoes que não possa cumprir.
O Euromilhões não sai a toda a gente e se não houver indícios seguros que a receita pode aumentar, não devo assumir despesa que não posso pagar ou deixá-las para quem vier a seguir.
Aliás, tendo sido responsável pela gestão financeira da Escola Secundária de Seia, vejo que não há muita gente como os professores para zelarem pela rectidão das contas. Claro que o orçamento de uma escola não é o mesmo que o de um Município ou de um Estado. Mas a rectidão é a mesma. Aprendemos cedo que não devemos dar um passo maior que aquilo que a perna permite.
Causa-me uma perplexidade extrema o chorrilho de promessas de todas as forças e candidatos envolvendo o erário público como se este fosse uma vaca com uma capacidade inesgotável de dar leite.
Não é verdade. Há limites.
O crescimento médio anual de Portugal é de 0,8% , nesta década não me permite acreditar nestas políticas de esquecimento de crise quer a deste momento quer a estrutural que só pode ser atribuída aos gestores que nos têm conduzido: governantes, deputados, autarcas, etc.
O povão é que não tem culpa desta crise. Talvez a sua culpa inconsciente é decorrente de não ser capaz de vassourar quem já deu provas de incapacidade ou de incompetência. Talvez seja preferível escolher o desconhecido em vez do conhecido incompetente.
Esta gente não tem a noção prática que o desenvolvimento sustentável não pode comprometer o futuro das gerações vindouras.
Deixo finalmente uma questão para quem saiba responder: uma dívida da ordem de 50 milhões de euros que tipo de margem deixa para outras obras e projectos, num concelho como Seia?