quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Resposta a um forista PE

No Porta de Estrela online, um forista (Indecisos…) deixou uma bateria de questões deixadas ao candidato do PS. Ooutros estão à espera da resposta e outros ainda pedem as respostas aos outros candidatos.

Considero um exercício importante o fazer perguntas e também o dar respostas. Claro que não estou em condições de responder a todas elas, mas deixarei aqui as minhas posições de principio acercas de algumas delas.

  1. O Mandato será para cumprir?
  2. O que acha da atribuição de incentivos fiscais à Fixação de Empresas no Concelho, e que Áreas de negócio devem ser apoiadas?
    O que pretende fazer para implementar uma verdadeira política de Turismo no nosso Concelho?
  3. a sua Política relativa ao Apoio ao Associativismo no concelho, e em que moldes apoiará as nossas associações?
  4. Câmara Municipal continuará a ser a gestora da distribuição da água do Município e se a vai aumentar e quanto?

A forma articulada como o forista elenca as suas questões, faz crer que ele próprio deve ter uma opinião sobre a verdadeira política de Turismo. A minha posição sobre este assunto é a de um não especialista, mas sinto coisas que devem acontecer e coisas que não devem acontecer. Não desejo um turismo de massas, uma algarvização da Serra da Estrela, ainda que isso fosse economicamente tentador. Essa opção pode gerar um ritmo de destruição proporcional aos fluxos de utilizadores. Não alinho, portanto, nas grandes unidades hoteleiras. Penso que o POPNSE recentemente aprovado indica direcções que são correctas, não por serem lei, mas por suportarem a sustentabilidade.

Quanto aos benefícios fiscais à fixação de empresas, uma questão de princípio é que é fundamental a procura de empresas em aéreas que promovam o regresso dos nossos jovens que procuraram outras terras para prosseguir a sua formação. Não esperamos que um engenheiro informático regresse para uma linha de sapatos ou de confecção ou para um call-center. As grandes empresas que se instalam só por uma questão de baixos preços de mão de obra não merecem ser acarinhadas por conforme vêm também vão.

As associações são peças do DNA de qualquer comunidade. Os apoios devem ser os adequados ao seu papel. Não podem ser sorvedouros de recursos, com apoios cegos e na base de tratamento igualitário. As associações talvez devam ser classificadas criterialmente. Por exemplo, se uma associação desportiva faz formação deve merecer mais apoios do que aquelas que se dedicam apenas a representação. Uma associação que queira dedicar-se a interesses de inovação deve merecer mais apoios do que as convencionais. Em qualquer caso, deve haver evidências de desempenho.

A questão das águas para mim não é uma questão clara e é evidente que os actuais autarcas saberão que águas estamos a beber. A minha posição é de militância a favor de serviços públicos fundamentais não serem privatizados nem privatizáveis. O desenho que se está a esboçar em relação às águas de Seia e de outros concelhos configura uma golpada sobre o bem público. A água é um dos bens que em breve se tornarão mais escassos e prepara-se o ataque dos privados sobre o seu controle. As Águas de Portugal, onde se pretende integrar as Água do Zêzere e Côa, estão a prepara-se para a privatização e o nosso petróleo prepara-se para passar para mãos privadas. A gestão das Águas passará a governar mais uma centena daqueles gestores de alto gabarito como os que nos conduziram para a crise que vivemos. O Estado não é fatalmente um mau gestor. Prepara-se a criação de uma GALP privada para as águas. Depois o preço da água será o mesmo regabofe que se assiste em torno dos combustíveis. Quanto aos preços actuais, só o candidato do PS pode dizer se a Câmara continua a ter alguma força na definição dos preços. A água é um dos nossos petróleos. Ela é uma da razões que me levam a pensar que a transparência, a participação das pessoas e autarcas que oiçam e que respeitam o eleitor são essenciais para nos protegermos e não permitirmos que alguém faça o papel de útil inocente. Quando as coisas se decidem por menos de meia-dúzia de pessoas, vale tudo. O mexilhão pagará a factura.

Sem ter dados para subscrever, adianto que várias vozes falam na possibilidade de o nosso futuro ex-Presidente se preparar para um lugar na Administração, numa analogia ao que se passa com um ex-dirigente socialista na direcção de uma grande empresa de construção.

6. Acha aceitável que um PDM possa levar a que se afastem pessoas da mesma família?
7
. Acha transparente o processo de elaboração do PDM de Seia?


Os PDM´s são campos onde se jogou muita corrupção. Alterações de PDM são oportunidades de negócios. Maria José Morgado referia-o como o campo onde se misturavam autarquias futebol e construtoras. E não era por bons motivos. Os PDM´s eram mesmo o bolo a repartir. Não se infira destas palavras que eu queira afirmar que em Seia isto se passou, mas também não digo que não se passou. Não sei.

8. Será que sabe ouvir os mais experientes?

O autismo é próprio de certo tipo de políticos.


9
. Como fará a fixação dos jovens a Seia?

Nenhum autarca pode prometer essa fixação. Todos o desejam. Se se conseguir criar emprego /empresas de formação elevada os jovens ficarão ou regressarão. Os jovens também não podem estar à espera que lhes sirvam o banquete. O ensino em Portugal privilegia a formação de bons empregados e para isso cria um sistema de competição individual. Outra forma de encarar a formação é através da colaboração e cooperação de jovens que procurem avançar com projectos visando a criação do seu próprio negócio. Aí a cooperação entre pessoas gera empreendedorismo que a competição dificilmente gera. É dos livros.

10. Dará mais importância a festas, feiras e festinhas que a obras na cidade?

11. Porque não são apresentadas contas relativamente a realização da Fiagris?

Acho pertinente esta associação. Não sou um amante da Fiagris. É uma fórmula que acredito que já tenha dado evidências da sua baixa relação custos/benefícios e apenas é oportunidade de passar tempo ao som de uns concertos. Parece que sem Fiagris não seria possível ter concertos de qualidade em Seia. Não é verdade. Concertos de qualidade não necessitam ser de borla. Se não têm qualidade, passamos bem sem eles.

Talvez haja lugar para eventos de menor grandiosidade e de maior alcance. Vemos, por muitos sítios, eventos de rua que mesclam cultura (teatro, música, dança,) com gastronomia e enologia, artesanato, etc. que podem suscitar a adesão das pessoas por vontade e não por uma demonstração de poder económico (!) da autarquia.

12. Que opinião tem sobre o destino a dar as escolas desactivadas nomeadamente em Seia?

A ideia de vender parece-me a saída de quem tem que vender os dedos para pagar dívidas. Será para tapar um fragmento da dívida ou para alimentar mais a especulação? Certamente aparecerão ideias para a ocupação. Há dois anos, num projecto apresentado por alunos da Escola Secundária surgiu a ideia de se destinar um espaço para que os jovens (e velhos…menos jovens) possam fazer música, dança, teatro, etc. num exercício de cultura vivida. Esta é uma ideia.

13
. Como encara a ideia da Câmara criar um sistema de bolsas de estudo e outros meios de apoio para permitir a crianças particularmente dotadas dos meios mais desfavoráveis prosseguirem os estudos?

Muito importante apoiar e acompanhar a evolução de jovens talentos. A despesa em educação nunca se pode considerar um gasto, antes um investimento.

14. Assume o compromisso de tornar público todos os estudos mandados fazer pela Câmara com a indicação de quanto lhe custaram e estão dispostos a tornar públicos os salários de todos os seus assessores e dos gestores das empresas municipais?

  1. Acho que a autarquia, ainda que apresente contas auditadas, deveria fornecer informação relevante para os munícipes. As contas darem certas, dão sempre. A qualidade da despesa é outra coisa para além da aritmética. E transparência não significa só apresentar as contas. Significa que se possa aceder a informação suplementar. A estatística e as contas de gerência são formas de nos convencer da verdade da mentira.

    1
    5. Manterá, os mesmos titulares nos cargos de altos dirigentes (Directores) da Câmara?

    16. Quais as vantagens e desvantagens da Criação da Empresa Municipal de Seia, para o Concelho de Seia?

    17. Qual a divida actual da Câmara, quais os encargos assumidos, e se a actual situação servirá de Futuro de desculpa para o resultado do mandato?

    18. Perguntar-lhe se com a resposta á pergunta anterior (17), o Concelho de Seia, pode estar ciente de que é mudar em Segurança?
    A estas últimas questões também eu gostava de conhecer a resposta, para além da aritmética.


 

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